Proposta

Pense que eu não
penso, ódio
Roube que eu não
dedo, desprezo
Invente que eu não
crio, segurança
Saiba que eu não
sei
Tome que eu não
peço
Ache que eu não
acho
Coma que eu não
ligo
Sinta que eu não
sinto
Diga que eu não
calo, histórias

Do que eu sei são
amores que me sorriram
Mostre o que eu não
vi
Amarei
como eu não sei

Ritual

casa vazia

cheia
de espaço

vazio

(dois quartos)

Amor amor inspira

E naquela noite
Deu parto a um menino
Diferindo a cabo
De boa esperança
Todo entendimento

Somos sapatos molhados
Postos ao sol para secar,
Jogados.

A única diferença é que
Ninguém voltará
Para nos pegar depois

Mas continuamos, feito
Bobos, esperando.

Luiz Ernesto Teixeira

(Nasceu em 1988. Publica suas fotos aqui)

aqui, agora
aquela palavra
não

não, aqui
esta palavra
agora

Viagem

Apenas a imensidão
de um aeroporto vazio
Não sabe se já passou
mais do que falta
Um café, um cigarro vazio
Você quer ir, você espera

No túmulo de Gertrude Stein

What do you say what do you say about things about people about things again. This very fine a little way. Why dining is west. And why with oranges they say why not with flowers they say.

Intimidade

Não provoques
O demônio é grande
fala muito,
e não é sincero

Não atormentes
Ele não cede
só o doma,
a ação do tempo

Não chores,
nada adianta
Quem mandou
chegar tão perto

Era uma vez

tempos antigos
em sofás esquecidos